sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

08/02/2012 Tratamento paralelo

Bom dia!!!!
O céu estava azul, sem nenhuma nuvem, quente, quente! Peguei o carro, deixei o Ale no trabalho e fui para a casa da minha mãe. Almocei 9:30h a comidinha da mamãe e fomos para o Lar de Frei Luiz. Meu pai acordou às 5h para chegar às 6h e ser um dos primeiros. Só assim mesmo para ser uma dos 35 atendidos pelo Dr. Frederick. Nós acordamos cedo, mas tem o pessoal que conhece alguém lá dentro, ou é artista e passa a nossa frente. Ficamos lá quase o dia todo e esses espertinhos chegam minutos antes de começarem os trabalhos. É ate aceitável os preferenciais passarem a nossa frente, mas não é bem assim. São todos jovens que fazem essa graça. Isso é muito feio e ruim, já que o próprio espiritismo prega para agirmos corretamente e as pessoas que organizam a fila e liberam nossa entrada no hospital, acabam cedendo e passam essas pessoas na frente. :/ O que me consola é que tenho plena consciência dos meus erros e tenho trabalhado a todo momento para agir corretamente e não fazem idéia de como estou me sentindo bem comigo mesma.


Das 6 vezes que fui ao Lar, somente um dia estava chovendo. Como lá é muito grande e não tem sombras, acho que lancei a moda das sombrinhas lá dentro. Não dá para andar lá dentro pegando o sol diretamente. Nós não podemos receber a radiação solar para não escurecer as veias. Ficar ligando para o que as pessoas vão falar? Ah, não. Ando com sombrinha sim. Na ultima vez usei sozinha e hoje vi pessoas usando, legal! Eu cheguei usando lenço na cabeça, sendo que estava muito quente e desisti, tirei o lenço e deixei minha careca exposta. Reparei em duas irmãs gêmeas e uma delas usava um chapéu e não demorou muito ela também expos a careca. Fico muito feliz por isso. Minha mãe ainda brincou comigo perguntando se eu ficaria mesmo sem o lenço e respondi que sim que o calor estava mais forte do que a vergonha. Meu pai se despediu, foi trabalhar. Ficamos um tempo na fila, todos que estavam na fila foram almoçar e quando eles estavam retornando vi as irmãs gêmeas paradas na sombra de uma palmeirinha, senti que o motivo da parada foi porque uma delas caminhava devagar e que elas estavam esfriando um pouco para depois prosseguir. Senti necessidade de ajudar. Elas começaram a caminhar e fui em direção a elas com o sombrinha minha sombrinha aberta, na verdade é uma barraca, e ofereci carona. O olhar de gratidão que recebi foi fantástico! Não esqueço. A que caminhava devagar me agradeceu e comentou que não podia pegar sol por ter feito quimioterapia ontem e que fica muito fraca, tanto que precisa receber sangue por conta de uma anemia severa. Começamos a conversar sobre nossas situações.Fiquei muito sentida com a situação delas. Câncer de ovário. Elas falaram que esse é muito agressivo e que pode levar a óbito em 1 mês e meio. Desde os 15 anos elas fazem exames periódicos e Graças a Deus descobriram a tempo. Elas enfrentam com muita garra e estão sendo vitoriosas. Estou na torcida por elas (Beatriz e Rachel)!
  Não demorou muito, a pessoa que faz a triagem das pessoas para entrar no prédio chegou. E como eu era a primeira, elas me deram o email e telefone para contato posterior, já que tivemos afinidade.
  Entrei e como sempre ficamos em uma sala na penumbra e em oração. Esse é o momento de vermos onde estamos erramos em nossas atitudes/comportamentos. Entro em contato com Deus e agradeço. Também peço, mas mais agradeço. Só tenho a agradecer por tudo ter dado tão certo, por eu estar bem emocionalmente, psicologicamente. Entrei no prédio cerca de 14:30h e antes de entrar no centro cirúrgico, tem um relógio de parede e marcava 18:15h. Como sempre, é uma emoção muito grande. Conversei com o Dr. Frederick e para não variar, saí chorando. Falei com as meninas que estavam na fila, eram as próximas, e desci. Procurei o Arnaldo para dar continuidade no tratamento e fiz agendamento de retorno para o dia 07/03/2012. Curioso... as meninas me perguntaram se eu precisava de carona e respondi que estava disposta a dar carona para elas. Nos despedimos, precisei voltar no prédio e na saída parei perto de uma senhora que perguntou se iamos para Realengo, disse que sim. Na verdade entendi como sendo distante da casa da minha mãe, porém no mesmo sentindo. Eu estava tão radiante de felicidade que aceitei levar a senhora próximo de casa. Ela falou que não enxergava a noite e que tinha que levá-la até a porta da casa dela. Quando chegamos no carro, depois de muito explicar, entendi que a casa dela fica em sentido oposto ao nosso e ela explicava, eu não entendia e achei que seria muita sacanagem levá-la devolta para o local onde ela estava sentada. Estava escurecendo, eu levaria a senhora, minha mãe em casa e depois ir para a minha casa. Cheguei a perder um pouco a paciência, mas lembrei dos ensinamentos do Cristo para ajudarmos nossos irmão. Peguei o GPS, digitei o endereço e fomos. Fiquei brava mas ao mesmo tempo mantinha a calma. pensava, acabara de fazer uma cirurgia, receber ajuda e por que não ajudar? É por uma boa causa. Dará tudo certo! Confesso que fiquei nervosa quando chegamos a rua, perguntei a senhora onde ficava a casa dela e ela respondeu que não enxergava por causa de uam cirurgia de catarata. Ai, ai, ai... aonde fui me meter!!! Lugar que não conheço, à noite, o que fiz? Perguntei e finalmente chegamos a casa. Minha mãe a levou até o portão e fomos embora. Ufa!!! Lembrei-me da pergunta: Quem falou que seria fácil? Me peguei pensando, todos os dias em minhas orações, peço a Jesus e aos meus amigos espirituais que me ajudem, me deem coragem e me mostrem o caminho pelo qual eu consiga pagar essa dívida com a espiritualidade e não somente isso, os principais mandamentos são: Amar a Deus sob todas as coisas e ao próximo como nós mesmos. Puxa, eu estava de carro, bem de saúde, enxergo, recebo muitas ajudas do plano espiritual e por que não ajudar a quem precisa e tem dificuldades? Pensei em dar carona às gêmeas, elas estavam de carro, então eis que surgiu realmente quem precisava de mim. Depois de tudo fiquei bem comigo mesma, por eu ter sido útil a alguém. Fiquei com remorso pois os nossos atos têm que ser de livre e espontânea vontade e com amor. Reclamei, briguei, fiquei nervosa, mas fiz. Tomara que não tenha sido ponto negativo para mim.

Sempre me pego pensado em ajudar aos meus irmão necessitados. Seja visitando hospitais, orfanatos, (já doo roupas e sapatos que não usamos mais), ou ensinado crianças, não sei... Sinto essa necessidade. Li em algum lugar que assim como Deus nos ajuda, nos dá condições, Ele precisa que ajudemos aos outros filhos Dele. Não sei se fui muito clara com meus pensamentos, mas por enquanto, de alguma forma, espero estar ajudando outras mulheres a não terem tanto medo do diagnóstico, cirurgia e tratamentos. Confiemos em Deus! Ele é só bondade!!!

Fiquem todos em muita paz!!!
=)

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